Qual está mal? Estará algum errado?

Conversa entre lápis:

Lápis amarelo: Já viste ali o lápis azul? Olha para aquilo, não está alinhado….. ( tom reprovador), não está afiado, será que não tem espelhos em casa?

Lápis turquesa: Realmente, nem tem educação, está como lhe apetece, não respeita a norma, não devia sair à rua.

Lápis Vermelho: Vocês realmente, pobre lápis, se calhar está a passar por algum momento difícil na vida, vocês sabem como é passar por isso, transforma-nos temporariamente.

Lápis amarelo: ( num tom impaciente ) Mas o que é que vocês ganham, em estar a falar para aí do pobre lápis azul, metam-se na vossa vida.

Lápis verde: ( num tom calmo e assertivo) É uma questão de bom senso, não se deve comportar assim, ponto.

Quantas vezes participámos ou escutamos conversas assim, esquecendo de olhar e perceber o que realmente, está na nossa frente, vários lápis todos iguais mas todos diferentes, muda a cor, o tamanho, mas todos têm a mesma missão, colorir espaços com uma cor específica ou seja todos têm uma missão.

Já pensas-te em como triste seria, um lápis passar uma vida inteira dentro de uma caixa, apodrecer e sem nunca se aventurar a colorir, a conviver com outros lápis e com isso dar um significado à sua vida.

Seria triste sim, mas quantos humanos não fazem isso mesmo, passam uma vida inteira a tentar encaixar-se na norma, no que é socialmente aceite e correto sem arriscar viver, sem arriscar algo de novo, vivendo uma vida conformada às regras, às vontades e necessidades dos outros.

Anulando a sua verdadeira vontade ou vocação com receio daquilo que os outros possam pensar ou dizer, entregando de mão beijada o seu poder pessoal em mãos alheias.

Tal como os lápis são iguais, também nós humanos somos todos iguais considerando que todos temos uma mente, um corpo, um coração e uma essência, estas partes são o que constituem um ser humano, todos nascemos bebés sem saber nada, uma tela em branco que será pintada com os exemplos dos adultos, com todas as experiências que passarmos e o que aprendemos com elas.

Se somos todos iguais, quem nos dá o direito de julgar seja o comportamento, escolhas ou estados de outro ser humano??

Se somos todos iguais todos temos as mesmas emoções, seja amor, raiva, felicidade, tristeza, paz….. Então isso significa que cada um de nós em algum dia vai sentir estas emoções.

E está tudo bem, somos humanos, somos iguais, o desafio aqui é primeiramente a nossa própria aceitação, dos nossos pontos fortes, dos pontos a melhorar, quem somos e o que queremos.

A consciência do ser enquanto parte integrante do planeta, somos todos iguais, ou seja o outro não é pior do que o eu, nem o eu é melhor do que qualquer outro, não somos únicos afinal, mas todos iguais?

Abraça a tua unicidade e embarca na viagem mais profunda e compensadora que podes fazer, mergulha dentro de ti, conhece quem tu és e encontra um significado maior para a tua vida, só tu podes decidir fazer essa viagem.

Imagina que vives cada dia com entusiasmo e paz interior, dando à palavra felicidade um significado real e tangível em vez daquilo que sentirás quando algo acontecer.

A felicidade é uma escolha, quando focamos no outro estamos a abrir mão da auto-responsabilidade da nossa própria felicidade

Com amor

Carina Bernardino